sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Katiane Rosa

Soneto – Rodrigues Lobo
Fermoso Tejo meu, quão diferente
Te vejo e vi, me vês agora e viste:
Turvo te vejo a ti, tu a mim triste,
Claro te vi eu já, tu a mim contente.

A ti foi-te trocando a grossa enchente
A quem teu largo campo não resiste;
A mim trocou-me a vista em que consiste
O meu viver contente ou descontente!
Já que somos no mal participantes,
Sejamo-lo no bem. Oh, quem me dera
Que fôramos em tudo semelhantes!
Mas lá virá a fresca Primavera:
Tu tornarás a ser quem eras dantes,
Eu não sei se serei quem dantes era.


Fonte: http://www.colegioweb.com.br/trabalhos-escolares/literatura/barroco/a-poesia-barroca-em-portugal.html#ixzz3KOXlrHDF

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Formulário de contato

Nome

E-mail *

Mensagem *