sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Um dos melhores filmes do gênero - Guilherme Ramos

Para muitos, o melhor filme de guerra já feito. E de fato, Platoon se difere dos outros filmes do gênero, pois não se trata de apenas um mero filme, e sim de uma ótica de até onde a insanidade humana pode chegar quando está numa guerra. O filme aborda a Guerra do Vietnã (1958 a 1975). O que aumenta a verossimilhança do filme foi o fato do próprio diretor, Oliver Stone, ter participado dessa guerra e com isso retratar o filme de maneira mais fiel aos fatos. No elenco, destacam-se Charlie Sheen, Willen Dafoe e Tim Berenger.Para ter uma noção, os Estados Unidos perderam nessa guerra 57 939 soldados, aproximadamente 150 bilhões de dolares e o seu orgulho como grande potência mundial, o qual fora construído nas duas Guerras Mundiais.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Katiane Rosa Dos Santos





 
 

Katiane Rosa Dos Santos

HERÓI. MORTO. NÓS. - Lourenço Diaféria 
“Não me venham com besteiras de dizer que herói não existe. Passei metade do dia imaginando uma palavra menos desgastada para definir o gesto desse sargento Sílvio, que pulou no poço das ariranhas, para salvar o garoto de catorze anos, que estava sendo dilacerado pelos bichos. 
 O garoto está salvo. O sargento morreu e está sendo enterrado em sua terra. 
 Que nome devo dar a esse homem? 
 Escrevo com todas as letras: o sargento Silvio é um herói. Se não morreu na guerra, se não disparou nenhum tiro, se não foi enforcado, tanto melhor. 
 Podem me explicar que esse tipo de heroísmo é resultado de uma total inconsciência do perigo. Pois quero que se lixem as explicações. Para mim, o herói -como o santo- é aquele que vive sua vida até as últimas consequências. 
 O herói redime a humanidade à deriva. 
 Esse sargento Silvio podia estar vivo da silva com seus quatro filhos e sua mulher. Acabaria capitão, major. 
 Está morto. 
 Um belíssimo sargento morto. 
 E todavia. 
 Todavia eu digo, com todas as letras: prefiro esse sargento herói ao duque de Caxias. 
 O duque de Caxias é um homem a cavalo reduzido a uma estátua. Aquela espada que o duque ergue ao ar aqui na Praça Princesa Isabel -onde se reúnem os ciganos e as pombas do entardecer- oxidou-se no coração do povo. O povo está cansado de espadas e de cavalos. O povo urina nos heróis de pedestal. Ao povo desgosta o herói de bronze, irretocável e irretorquível, como as enfadonhas lições repetidas por cansadas professoras que não acreditam no que mandam decorar. 
 O povo quer o herói sargento que seja como ele: povo. Um sargento que dê as mãos aos filhos e à mulher, e passeie incógnito e desfardado, sem divisas, entre seus irmãos. 
 No instante em que o sargento -apesar do grito de perigo e de alerta de sua mulher- salta no fosso das simpáticas e ferozes ariranhas, para salvar da morte o garoto que não era seu, ele está ensinando a este país, de heróis estáticos e fundidos em metal, que todos somos responsáveis pelos espinhos que machucam o couro de todos. 
 Esse sargento não é do grupo do cambalacho. 
 Esse sargento não pensou se, para ser honesto para consigo mesmo, um cidadão deve ser civil ou militar. Duvido, e faço pouco, que esse pobre sargento morto fez revoluções de bar, na base do uísque e da farolagem, e duvido que em algum instante ele imaginou que apareceria na primeira página dos jornais. 
 É apenas um homem que -como disse quando pressentiu as suas últimas quarenta e oito horas, quando pressentiu o roteiro de sua última viagem- não podia permanecer insensível diante de uma criança sem defesa. 
 O povo prefere esses heróis: de carne e sangue. 
 Mas, como sempre, o herói é reconhecido depois, muito depois. Tarde demais. 
 É isso, sargento: nestes tempos cruéis e embotados, a gente não teve o instante de te reconhecer entre o povo. A gente não distinguiu teu rosto na multidão. Éramos irmãos, e só descobrimos isso agora, quando o sangue verte, e quanto te enterramos. O herói e o santo é o que derrama seu sangue. Esse é o preço que deles cobramos. 
 Podíamos ter estendido nossas mãos e te arrancando do fosso das ariranhas -como você tirou o menino de catorze anos- mas queríamos que alguém fizesse o gesto de solidariedade em nosso lugar. 
 Sempre é assim: o herói e o santo é o que estende as mãos. 
 E este é o nosso grande remorso: o de fazer as coisas urgentes e inadiáveis -tarde demais.”

Katiane Rosa Dos Santos

    SONETO DO MAIOR AMOR

    Maior amor nem mais estranho existe 
    Que o meu, que não sossega a coisa amada 
    E quando a sente alegre, fica triste 
    E se a vê descontente, dá risada. 

    E que só fica em paz se lhe resiste 
    O amado coração, e que se agrada 
    Mais da eterna aventura em que persiste 
    Que de uma vida mal-aventurada. 

    Louco amor meu, que quando toca, fere 
    E quando fere vibra, mas prefere 
    Ferir a fenecer - e vive a esmo 

    Fiel à sua lei de cada instante 
    Desassombrado, doido, delirante 
    Numa paixão de tudo e de si mesmo.

    Oxford, 1938

Katiane Rosa Dos Santos

Tirinhas Engraçadas.


Uma fita educativa.

Katiane Rosa Dos Santos

Universidades federais: como funciona a nova lei de cotas

Entenda como será feita a distribuição de vagas em instituições de nível superior e saiba quem são os beneficiados pelas nova regra

Universidades federais: 50% dos alunos virão da rede pública de educação básica
Universidades federais: 50% dos alunos virão da rede pública de educação básica (VAléria Gonçalvez/AE/VEJA)
Sancionada em agosto, a nova lei das cotas estabelece que 50% das vagas das universidades federais sejam destinadas a estudantes de escolas públicas. A mesma reserva deve ser feita pelos institutos federais de educação, ciência e tecnologia (Ifes). As instituições têm quatro ano para se adequar à nova regra, que já vale neste ano, quando serão reservadas no mínimo 12,5% das vagas para cotistas.
O preenchimento das vagas por alunos da rede pública deverá obedecer ainda a outros dois critérios: o de renda e o étnico. Metade das vagas reservadas aos cotistas será preenchida por jovens com renda familiar de até 1,5 salário mínimo por pessoa. Isso significa que, quando as cotas estiverem plenamente adotadas, 25% das vagas de determinado curso serão preenchidas por candidatos de baixa renda (que sejam, é claro, provenientes da rede pública de ensino).
Pelo segundo critério, candidatos autodeclarados negros, pardos e indígenas terão garantidas – dentre todas as vagas destinadas a cotistas – um número de assentos proporcional à participação dessas populações em cada estado brasileiro. Para determinar esse percentual, serão observados dados demográficos do IBGE. 
A divisão pelo sistema de cotas (Arte/VEJA)

Katiane Rosa Dos Santos

 LEI DAS COTAS.

No final de agosto de 2012, a aprovação de uma lei polêmica alterou a forma de ingresso nos cursos superiores das instituições de ensino federais. A chamada Lei das Cotas (Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012) obriga as universidades, institutos e centros federais a reservarem para candidatos cotistas metade das vagas oferecidas anualmente em seus processos seletivos. Essa determinação deve ser cumprida até 30 de agosto de 2016, mas já em 2013 as instituições tiveram que separar 25% da reserva prevista, ou 12,5% do total de vagas para esses candidatos.
Mas, quem tem direito a essas vagas? Pelo texto da lei, são considerados cotistas todos os candidatos que cursaram, com aprovação, as três séries do ensino médio em escolas públicas ou Educação de Jovens e Adultos (EJA) ou tenham obtido certificado de conclusão do ensino médio pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os estudantes com bolsa de estudo integral em colégios particulares não são beneficiados pela lei.
Distribuição das vagas
A lei também define que, dentro do sistema de cotas, metade das vagas deverá ser preenchida por estudantes com renda familiar mensal por pessoa igual ou menor a 1,5 salário mínimo e a outra metade com renda maior que 1,5 salário mínimo. Há, ainda, vagas reservadas para pretos, pardos e índios, entre as vagas seperadas pelo critério de renda.
A distribuição das vagas da cota racial é feita de acordo com a proporção de índios, negros e pardos do Estado onde está situado o campus da universidade, centro ou instituto federal, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso significa, por exemplo, que um Estado com um número maior de negros terá mais vagas destinadas a esse grupo racial. O único documento necessário para comprovar a raça é a audodeclaração.
lei das cotas
Critério de seleção
O projeto de lei definia que o critério de seleção dos candidatos cotistas deveria ser o Coeficiente de Rendimento obtido pela média aritmética das notas do ensino médio. No entanto, a presidente Dilma Rousseff vetou esse texto e definiu que os candidatos cotistas poderão ser avaliados pelo Enem, com ou sem a utilização do Sistema de Seleção Unificada (SiSU). Sendo assim, os beneficiados pela lei não precisam necessariamente fazer as provas do vestibular.
Justificativa
De acordo com a deputada Nice Lobão, o Brasil está longe de propiciar educação pública de qualidade. Na rede pública, passou a valer a regra em que “os professores fingem que ensinam e os alunos fazem de conta que aprendem”. Os estudantes de escolas públicas concluem o ensino médio sem condições de competir com os alunos de colégios particulares e, por isso, acabam desistindo de entrar na universidade ou ingressam em faculdades particulares. A deputada também criticou a qualidade das instituições de ensino superior privadas, “cujo objetivo é a mercantilização do ensino, sem qualquer preocupação com a qualidade”.
Críticas
Essa lei nunca foi unânime entre os brasileiros. Várias críticas surgiram antes mesmo de sua aprovação, principalmente porque ela não veio acompanhada de nenhum plano para melhorar a educação básica. Até mesmo estudantes de escolas públicas reclamam que não queriam as cotas, mas sim uma educação pública de qualidade. Em algumas capitais houve protestos de alunos de colégios particulares. A Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) chegou a afirmar que entraria na Justiça contra a lei.
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) também não concordou com o texto da lei. Segundo a Andifes, a imposição fere a autonomia das universidades, que até então poderiam decidir a forma de distribuição das vagas oferecidas nos processos seletivos.
Prazo
As universidades precisam adotar a cada ano 25% das vagas previstas para cotistas em 2016, ou seja, 12,5% do total de vagas para 2013, 25% para 2014, 37,5% para 2015, até chegar aos 50% em 2016. No entanto, as instituições federais têm liberdade para adotar os 50% antes do prazo.
O Poder Executivo promoverá em 2022 a revisão do sistema de cotas nas instituições de ensino federais. Até lá, o acompanhamento e avaliação da lei ficam sob a responsabilidade do Ministério da Educação (MEC) e da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República.

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