quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Katiane Rosa Dos Santos

    SONETO DO MAIOR AMOR

    Maior amor nem mais estranho existe 
    Que o meu, que não sossega a coisa amada 
    E quando a sente alegre, fica triste 
    E se a vê descontente, dá risada. 

    E que só fica em paz se lhe resiste 
    O amado coração, e que se agrada 
    Mais da eterna aventura em que persiste 
    Que de uma vida mal-aventurada. 

    Louco amor meu, que quando toca, fere 
    E quando fere vibra, mas prefere 
    Ferir a fenecer - e vive a esmo 

    Fiel à sua lei de cada instante 
    Desassombrado, doido, delirante 
    Numa paixão de tudo e de si mesmo.

    Oxford, 1938

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